4 de fev. de 2008

Inteligência também nas rodovias


O trânsito holandês é impecável. Não se vê excesso de velocidade, não se ouve buzinas nem freadas bruscas. As faixas de segurança são respeitadas, como o são os pedestres. Há alguns congestionamentos, em horários de pico, sobretudo em Haia, onde boa parte de quem trabalha lá (em geral, funcionários públicos) vive em outras cidades.

Ainda assim, nada de cara feia ou a irritação típica dos motoristas brasileiros. Sabendo o que vão enfrentar, os holandeses barbeiam-se, lêem jornal ou contemplam a paisagem, de dentro do carro.

Nas ruas, lombadas eletrônicas e controladores de velocidade, apenas em pontos de maior fluxo. O diesel é liberado para uso em carros de passeio. O litro custa 1,14 euro. Já a gasolina vale 1,49 euro.

As rodovias são inteligentes. Ao entrarem em uma via expressa, todos os carros são fotografados. A cada cinco ou dez quilômetros, um equipamento afere o tempo decorrido no percurso. Se for inferior ao que deveria (calculado a partir de uma velocidade máxima determinada), o carro é multado.


Um motorista desavisado e com pressa pode tomar várias multas ao longo de algumas dezenas de quilômetros.

O limite de velocidade varia de 100 km/h a 120 km/h. Supercarros, como Ferrari e Porsche, circulam tranqüilamente em meio a carros comuns e minicarros, estes com motores 0.5 a 0.75, motocicletas e scooters. Portadores de deficiência física têm autorização para circular nas ruas com microcarros elétricos, com não mais que um metro de comprimento e aparência de caixote.

Todas as vias são bem sinalizadas, sem ondulações, nem remendos aparentes. Duas a quatro faixas de trânsito para cada sentido, com acostamento externo no mesmo nível da pista. O preço de tudo isto: uma fração dos impostos referentes a combustíveis e do equivalente holandês ao nosso IPVA. Não há cobrança de pedágios.

A falta de espaço, que obriga as cidades a se expandirem para todas as direções, faz com que haja grandes centros residenciais e comerciais muito próximos das rodovias.


Para que o barulho dos carros não incomode, nesses pontos há, junto aos guard rails, placas plásticas com cerca de cinco metros de altura, que formam uma espécie de muro. A redução do ruído chega a 80%, permitindo um sono tranqüilo até para quem mora colado em uma auto-estrada.

(Na foto, um Focus Wagon, disponível apenas na Europa)