4 de fev. de 2008

Rotterdam, o maior porto da Europa

O porto de Rotterdam, que movimenta 350 milhões de toneladas de cargas por ano, tem 40 quilômetros de cais. Não como no Brasil, em que as plataformas acompanham a linha marítima ou estão muito próximas dela.

Como essa extensão equivale a quase de 10% de toda a costa holandesa, foram feitos recortes no território, servidos por inúmeros canais, que avançam vários quilômetros no interior do país.

Para cada tipo de produto, um terminal, todos privados. O de contêineres é o maior do mundo. Os guindastes do tecon de Rotterdam também são os maiores. Passar junto a eles sugere estar-se dentro do filme Star Wars, tão inacreditáveis suas dimensões. De altura, algo equivalente a um prédio de 40 andares.


Tudo, nesse terminal, é automatizado. Os guindastes são robôs, sem operadores. As cargas são levadas aos armazéns ou trazidas ao cais por caminhões sem cabines, apenas caçambas. Nâo há motoristas.


Os veículos se deslocam sozinhos, conduzidos por sensores instalados sob o solo. Mais de uma centena desses veículos rodam de um lado a outro, a 20 km/h, sem acidentes, congestionamentos ou espera. Cada movimento é sincronizado.


Proporcionalmente ao seu tamanho é sua agilidade. O tecon pode operar com mais de 30 navios de grande porte simultaneamente, com carga máxima. O calado de Rotterdam é 60 pés (Rio Grande tem 40). A manutenção é permanente, diária, com poderosas dragas próprias.


Ao lado do tecon, outro imenso terminal embarca mensalmente milhares de carros seminovos. Os holandeses não têm o que fazer com esses veículos, já que há, no país, dez milhões de automóveis emplacados. Então, os exportam para países pobres.


Na ocasião de minha visita, estava ancorado um navio roll on-roll off (com aquela imensa "porta" traseira) da frota pertencente à família real de Mônaco, com destino ao continente africano. Sua carga: carros usados. Milhares deles de uma só vez.


Em Rotterdam fica a sede da Royal Boskalis Westminster, maior empresa de dragagem do mundo. Foi uma das principais responsáveis pelo crescimento geográfico da Holanda, Até os anos 50, o território do país era pelo menos um terço menor do que é hoje.


A RBW usou suas poderosas dragas para depositar várias centenas de milhões de metros cúbicos de areia sobre o mar do Norte, conquistando território à força. Também participou da construção dos maiores diques holandeses, como o Maeslant e o Oosterscheldekering, de nove quilômetros de extensão, entre Kamperland e Burg Haamstede, ambos no Sul.


(Na foto, os imensos guindastes do tecon de Rotterdam)